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Carta aberta a Cristina Ferreira está a dar que falar: ‘Pra cima de put*’

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Cristina Ferreira esteve na semana passada no Parlamento a alertar para a necessidade de um maior controlo e penalização das ofensas nas redes sociais. Muitas pessoas concordam com esta necessidade de castigar aqueles que propagam ódio e bullying atrás de um teclado, mas Luís Osório, o conhecido jornalista do ‘Postal do Dia’, fez o mesmo, mas com o seu jeito especial de utilizar as palavras. 

Fique com a carta aberta de Luís Osório sobre este tema:

“Pra cima de put*

1.

Cristina Ferreira é uma das pessoas mais populares em Portugal.

O que faz, como faz, o que diz, como diz, o que se julga que pensa ou como pensa, os seus espetáculos, programas de televisão, os que lança e os que faz cair, as fotografias ousadas nas redes sociais, as coleções de lingerie, a revista, as entrevistas, tudo, mas mesmo tudo é motivo de polémica e de conversa.

Cristina faz mexer, divide as águas e não deixa ninguém indiferente.

Já a vi em lugares com intelectuais que se babam à sua passagem – dizendo depois que não a conhecem.

E já estive em almoços em que a menorizaram ou em lugares onde a exaltam como uma espécie de my far lady portuguesa.

2.

Como está sempre a ser falada, por vezes aquilo que faz de importante não é valorizado.

Cristina Ferreira, no final da semana passada, deixou um contributo válido para que regresse à agenda política o tema do ódio nas redes sociais.

A comunicadora foi ao parlamento e perante vários deputados defendeu uma petição da qual é a primeira subscritora – uma petição que propõe a criação de uma entidade reguladora das redes sociais que seja ativa contra os discursos de ódio no Facebook, no Instagram e nas várias plataformas em que as pessoas estão expostas ao que é bom, mas infelizmente também ao negativo, aos maluquinhos que insultam por não existirem consequências, aos maluquinhos que ameaçam em mensagens privadas e até nos comentários, aos que têm perfis falsos, aos que veiculam mensagens políticas de ódio.

3.

Cristina foi das primeiras a falar do assunto por o sentir na pele.

Escreveu aliás “Pra Lá de Puta”, livro onde aprofundou o tema com exemplos concretos.

Cristina é insultada todos os dias.

Vaca é apenas um nome mais soft.

Para lá de puta é o que lhe costumam chamar.

4.

Não podemos tratar o tema de ânimo leve.

Mas é decisivo que se discutam os limites. E que os limites, depois de conhecidos, sejam aplicados.

Milhões de pessoas seguem-na. Mas ela é uma pessoa, não é uma boneca ou um robô. Existe e é real, tem um filho, sentimentos, uma vida.

E, apesar de tudo, a vantagem de se poder defender, de ser dona de uma visibilidade que a protege e é perigosa para os agressores.

Imaginem as pessoas que não têm como se defender.

Pessoas que são cobardemente atacadas, pressionadas, humilhadas, atemorizadas por bandidos na internet.

E os que agressores são também pessoas reais. Que no anonimato de um perfil falso ou a coberto da ideia de que a “liberdade” é ter o direito a dizer tudo, existem e têm também vidas, filhos, empregos.

Atacam outras pessoas apenas pelo prazer de fazer mal ou de exercer um poder qualquer ou por motivos subversivos ou por estarem a soldo de interesses políticos ou outros.

5.

Cristina Ferreira foi ao parlamento e fez muito bem.

É necessário que o tema se fale.

Tudo o que se possa fazer para tornar o mundo menos crispado e perverso é uma boa notícia.

Há gente horrível por aí.

Gente seca e estéril que faz tudo à volta parecer estar morto e ser obra do “mal”.

E eu sei bem o que é.

Todos os dias sou insultado.

Todos os dias recebo mensagens de ódio.

Todos os dias me acusam de ser isto e aquilo.

Ou porque tenho de ter cuidado.

Não pode ser.

Temos de ser mais, de ser melhores, de acreditarmos numa ideia de bem, de sermos decentes.

E temos de deixar de acreditar na remissão dos pecados dos monstros e maluquinhos que andam por aí”. 

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